Saturday, February 27, 2010

Pôr do sol



Sentado ele estava, na varanda do seu apartamento na beira mar. O vento batia em seu rosto fraco, pálido.

Olhava o horizonte e recordava.

As noites em claro no bar com os amigos na juventude. A primeira noite com sua primeira namorada de tantas, que sequer o nome lembrava.

Tantos amigos que a vida lhe deu, histórias. Tanta felicidade.

Agora, mesmo depois de jovem, com sua idade já avançada ele sorria. Aquele sorriso sem malícias, de quem já viveu as maiores maravilhas do mundo.

Não, ele não se arrependia de nenhum dos momentos. Nem das flores, nem dos espinhos. Porque ele sabia que não se podia ter tudo que se desejava. Mas foi feliz. Muito feliz.

O tempo passava, e ele sentado na varanda a sorrir. A vida sem esperá-lo, corria. Mas ele não queria muito mais. Só estava a esperar o sol dar lugar a lua.

Friday, February 26, 2010

Busca Singular



Não preciso ver, mas te sentir aqui dentro de mim. Não posso dizer que já é rotina, pois não me acostumei. Cada vez é diferente. O som. O gosto. O toque. Não enxergo teu olhar, porém nos meus devaneios sempre penetrantes e envolventes eles hão de estar.

Imagino-te como daquela vez que pensei ter te visto ao longe. Não sei se me enganei, ou se foi tão longe que estavas que não me viu. Não ouviu. Não me sentiu.

Pena tão perto tu não estares desta vez, porque ao longe não procuro mais. Contentar-se com pouco, jamais. Cansei de procurar, mas se um dia tu me encontrar e estivermos perto, bem perto, não tenhas medo de se arriscar e aquele primeiro passo chegar a dar.

Procurar não. Encontrar, assim por acaso.