Dia dos Namorados

A espera da noite ela dormia, por entre sonhos e devaneios se refazia. Seus pensamentos mais íntimos se encontravam naquele desejo insaciável de tê-lo, presente. Desatava-se a pensar no que seria, mas sem saber, “O que será?”, se contorcia. O sol de tarde que brilhara, agora se ia a esconder da lua que aparecia, anoitecera. Sem perceber o tic-tac do relógio, preparar-se-ia para o tão esperado.

As estrelas incandesciam o céu e a lua exalava, por entre raios de luz, o perfume da noite que anunciava. Uma mulher bela, meiga, luxuriosa; uma mulher mulher esperava ansiosa seu homem, e junto a ele, presente.

Chegara a hora, a campainha tocara, a mulher estremecera por inteiro; iria ser, finalmente, revelado. A porta entreaberta foi se escancarando lentamente e tudo, que antes escuro, reluziria aos olhos azuis do belo homem que encontrar-se-ia ali naquele instante.

Ela intensificava o olhar, com seus olhos ofegantes a procura do mesmo. O homem ao vê-la, correu ao seu encontro. Abraçando-a e fingindo ter se esquecido daquela data tão importante, entretanto continuava a beijá-la e acaricia-la; linda mulher.

Essa se perguntava como o seu homem esquecê-la-ia, mas não se proclamou. Ao cair das gotas de orvalho pelo céu, ele pôs a surpreendê-la e entregar-lhe foi o seu presente.

A Rosa abria-o entusiasmada a saber o que seria. O Cravo, a ajudá-la, desfez todo o embrulho e dispôs-se a rociá-lo. Ela estava a sorrir com as gotas de um perfume suave que penetravam pelo seu corpo. Arrepiada, às vezes se afastando, às vezes se voltando a procura do amado.